Os macacos continuam os
mesmos. Fazem alianças, coçam as costas uns dos outros e massacram
os “inimigos”.
Quem se der o trabalho
de estudar Etologia verá que os humanos são mais símios que
qualquer outra coisa.
Com exceção da
linguagem, que os torna mais tagarelas e nem por isso mais
inteligentes, comportam-se exatamente como nossos primos chimpanzés,
gorilas e bonobos.
Repetem, por ignorância
de sua própria natureza, o mesmo comportamento simiesco e tribal de
afagar seus pares enquanto combatem seus adversários. Grupamentos
genéticos semelhantes, graus de parentesco agregam ou afastam os
macacos.
Evoluímos.
Hoje nos agregamos em nossas igrejas, nossas ideologias, nossas academias e todas as nossas outras crenças tribais sofisticadas que compartilhamos, mas não deixamos de execrar o diferente, o dissidente, o herege. Emocionalmente rejeitamos o que contesta nossas amadas crenças e nossos interesses, com seus respectivos e derivados laços tribais.
Hoje nos agregamos em nossas igrejas, nossas ideologias, nossas academias e todas as nossas outras crenças tribais sofisticadas que compartilhamos, mas não deixamos de execrar o diferente, o dissidente, o herege. Emocionalmente rejeitamos o que contesta nossas amadas crenças e nossos interesses, com seus respectivos e derivados laços tribais.
Sejam quais forem - partidos
políticos, religiões, times esportivos, clubes ou profissões - as identidades culturais de
qualquer ordem reforçam estes laços. Nosso conforto emocional
primata, de coçarmos as costas e alisarmos as crenças uns dos
outros, está na raiz de nossas guerras mais brutais, mais
racionalizadas e mais destrutivas. Mesmo quando nosso sofrimento é
excruciante pela perda do que amamos, justificamo-lo como o
sacrifício necessário que temos que pagar para garantir a
integridade de nossas ilusões.
Sacrificamos tudo
porque não aceitamos a consciência de que somos apenas macacos
ignorantes que desceram das árvores para trepar, ambiguamente, uns nas
costas dos outros. Prontos para amar, prontos igualmente para matar.
Traiçoeiramente.
Traiçoeiramente.
Este comportamento
primata podemos verificar na maior Ágora jamais vista, a
internet. O que nos conecta apenas acaba por nos dividir ainda mais em
tribos cada vez maiores de acordo com nossas falsas necessidades de
segurança e conforto, de conveniências e interesses. Nos fóruns da internet, “tudo se repete, ô
maninha, como antigamente”.
O eterno retorno do macaco que se imagina super-homem. E o símio digitaliza e universaliza sua estupidez.
O eterno retorno do macaco que se imagina super-homem. E o símio digitaliza e universaliza sua estupidez.
Admirável mundo velho.